Após os Jogos Olímpicos realizados no Rio de Janeiro em 2016, é nítido o aumento do interesse do jovem pelo esporte. O Brasil tem mostrado ao mundo grandes atletas, muitos deles que iniciaram em condições extremamente precárias em suas comunidades, mas que não desistiram e seguiram firme no caminho do esporte.
Como forma de incentivar os atletas do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) no 4º JIFMT, foram convidados para estarem presentes e passar um pouco de suas experiências aos nossos jovens atletas, nada menos que dois medalhistas olímpicos: o velocista Vicente Lenílson de Lima e o judoca Carlos Honorato.
Lenílson, ex-mecânico de motos no interior do Rio Grande do Norte, afirmou que foi convidado para estar na abertura e também nos dias de atletismo, para dividir experiências com os alunos. “Estou feliz porque existe uma instituição como o Instituto Federal que entende que o esporte e a educação precisam caminhar juntos. Muitos garotos podem ter uma qualidade de vida melhor estudando e praticando esportes”, explicou Lenílson.
Vivenciado tantos cortes de recursos em diversas áreas, em especial na educação e no esporte, o velocista diz que “o município, o estado que investe no esporte economiza em outras áreas. A criança, em vez de estar na rua, ela está praticando um esporte, ela está estudando.
Acho que o país todo tem que investir mais no esporte e na educação, fazer que o esporte seja obrigatoriamente praticado dentro das escolas para que as crianças se apaixonem pela prática e possam ser bons alunos e bons atletas”.
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Para o atleta Guilherme Rogério da Silva, do Técnico em Agropecuária do IFMT de Campo Novo do Parecis, as instituições de ensino deveriam investir mais no esporte, em especial no atletismo. “Tem muito talento que não é descoberto porque o pessoal é muito focado no esporte em equipe, tipo handebol, vôlei e futsal”. Para ele, treinadores especializados poderiam despertar muitos atletas que desconhecem o seu próprio potencial. “Isso é fundamental para uma escola conseguir vários títulos em uma competição”, destacou.
Guilherme já praticava esporte antes de entrar no IFMT. “Conheci o esporte através de um diretor da escola de ensino fundamental, que incentivou a galera. Comecei a correr descalço. Fui criando gosto pelo esporte. Vi que eu tinha um bom desempenho e continuei”, explica.
O atleta, que compete em corridas curtas, lançamento de disco e revezamentos, ficou em quarto lugar na etapa nacional dos JIF’s, em 2016. Questionado sobre seus treinos, ele é categórico: “Eu me treino. Eu organizo meus treinos, sigo uma tabela semanal de exercícios, mas existe uma grande dificuldade nisso. Quando você tem um treinador, você treina diferente, isso é fundamental para ser um grande atleta”.
Sendo a sua última participação nos Jogos do IFMT, devido à idade, Guilherme faturou em Sorriso medalhas em lançamento de disco, 100 metros rasos, 200 metros rasos e no revezamento 4 x 100.
Ele só compete através do IFMT e diz que a dificuldade em ser um atleta mais participante é “por falta de contatos e informações para os atletas. Tem muito talento que está debaixo do pano, escondido. Precisamos de mais apoio”, finalizou.
O IFMT tem buscado, cada vez mais, investir na prática esportiva e no incentivo a seus atletas. Tanto é que, conforme o pró-reitor de Extensão Marcus Taques, apesar dos cortes orçamentários a instituição conseguiu firmar parcerias, contar com o apoio da prefeitura e organizar um grande evento em prol do esporte. Os atletas podem continuar treinando, porque, de acordo com Taques, o 5º JIFMT já tem sede definida, será em Primavera do Leste, em 2018.
Sérgio Thompson
Ascom/São Vicente