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Clube Olímpico da Matemática

Publicado por: Campus Campo Novo do Parecis / 8 de Dezembro de 2023 às 13:49

Esse foi um ano de muita matemática no IFMT Campo Novo do Parecis.

Frases como "matemática é para gênios" afasta potenciais mentes que poderiam contribuir com a matemática. Além disso, impede que os alunos vejam e experimentem a matemática como uma ferramenta poderosa no seu dia a dia. É preciso aprender a fazer a matemática e a praticar matemática.

Todos os anos, desde 2005, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) promove as Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). As provas ocorrem em todo o Brasil e são destinadas aos alunos de todos os anos desde o 6º ano do Ensino Fundamental ao último ano do Ensino Médio. As provas possuem questões diferentes das que o aluno costuma se deparar. Esse tipo de problema é chamado problema olímpico. Utilizando os problemas olímpicos, é possível desenvolver no aluno a habilidade de interpretar e resolver problemas, bem como formular modelos e interpretar respostas, algo tão necessário em nosso dia a dia. A OBMEP, por meio de suas premiações, se torna também uma forma de oportunizar e incentivar o acesso dos estudantes a cursos superiores de qualidade nas áreas científicas e tecnológicas.

É nesse espírito de competição e gosto por resolver um bom problema que nasceu o Projeto Clube Olímpico da Matemática pelas professoras Priscila Friedemann Cardoso, Regiane Lopes de Oliveira e Analice Rodrigues Suares. O objetivo principal foi despertar o aluno para o estudo da matemática e para a curiosidade.

Durante o primeiro semestre, o projeto foi desenvolvido com os alunos do segundo ano do ensino médio. Foram ao todo 5 encontros em que, utilizando a metodologia da resolução de problemas, foram trabalhados problemas e materiais do site da OBMEP. É claro que um outro objetivo era preparar os alunos interessados para as provas da primeira fase da OBMEP. Seguem alguns relatos de alunos que participaram do projeto.

"Participar do projeto foi muito bom, pois após algumas aulas já ficou notável o aumento da facilidade de resolver os exercícios, tanto os passados no projeto quanto os mostrados nas aulas de matemática, física, química etc, tudo que envolvia cálculos e matemática começou a ser visto de uma forma diferente, geralmente os exercícios pareciam mais fácies. As professoras eram muito atenciosas e sempre tentavam atender a todos os alunos, com aulas bem dinâmicas e de fácil compreensão." (Kerlow de Almeida Ricardo do Nascimento).

"Poder participar do projeto foi algo que me proporcionou um local de estudo um pouco mais difícil do que o normal das aulas, então, havia a necessidade de analisar tudo dos exercícios e de voltar com conteúdos passados para conseguir resolver. Foi um projeto interessante, que gostei de participar, aprendi algumas coisas novas, e pude estudar mais matemática e aprender mais, só tenho a agradecer pelo projeto." (Igor Tataira de Andrade).

“Participar do projeto foi uma experiência nova e divertida. Foi um período que permitiu um estudo mais aprofundado daquilo que vemos brevemente em sala de aula de forma dinâmica e interativa com uma didática adequada e preparatória para realizar provas a nível de vestibular. Como aluna, o projeto chamou minha atenção por fornecer um estudo mais completo e aberto para os demais estudantes, além de contar com excelentes orientadoras.” (Yasmin Moraes).

Nesse período, também tivemos a participação da aluna do curso de Licenciatura em Matemática Vandrea Aparecida Silva Tutihashi. Além de sua participação ativa, o projeto também se tornou alvo do seu estudo para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso que será defendido nessa sexta-feira, dia 8 de dezembro de 2023. Segundo ela, "a participação como monitora proporcionou uma experiência e uma oportunidade de prática docente, [...] o contato direto com os alunos, [...]”. Ela também afirma "ver o entusiasmo e o gosto pela matemática nascendo nos alunos [...]". Ambas as citações foram retiradas de seu TCC.

Foto: Aluna do Curso de Licenciatura em Matemática Vandrea participando do projeto.

 Fotos: Registros dos encontros

Esse entusiasmo e o gosto pela matemática foi o que nos animou também, como professoras, para continuar o projeto, após a primeira fase da OBMEP. Utilizando a mesma metodologia, ocorreram mais encontros preparatórios para a segunda fase da prova que ocorreu no dia 07 de outubro de 2023. Aguardamos o resultado que será divulgado no dia 20 de dezembro. Mesmo alunos que não iriam fazer a segunda fase da prova participavam dos encontros com muito interesse. Alguns relatos de alunos:

“Nem sempre tive a oportunidade de participar de um clube que trabalha com todos os que possuem interesse, então vi uma porta para ir atrás de outra que estava se abrindo. Esses encontros possibilitaram um estudo específico para a segunda fase da OBMEP, pois saiu daquilo que somente os alunos com as melhores notas poderiam participar e ver como isso está indo para frente é muito gratificante, pois você entende que também é uma prova de lógica e tem professores que estão dispostos a te ensinar.” (Maria Eduarda Dominico)

“Para mim, participar do Clube Olímpico foi muito satisfatório, pois os conteúdos apresentados nas aulas são muito interessantes e são sempre bem desenvolvidos de uma aula para a outra. Por isso, achei o projeto como um todo muito legal e gostei bastante de participar!” (Pedro Henrique de Oliveira Viana).

Foto: Dia da prova da segunda fase da OBMEP.

O nosso Campus também participou das Olimpíadas de Matemática das Instituições Federais que aconteceu no final de novembro. Estamos na torcida pelos resultados dos nossos participantes.

Além de continuar o projeto de ensino no segundo semestre no IFMT, nos sentimos animadas a elaborar um projeto de extensão que aconteceu na Escola Municipal Jardim das Palmeiras. Também com o intuito de preparar para a segunda fase da OBMEP, o público alvo foi os alunos do 6º ano do ensino fundamental. Durante o projeto, foram trabalhados exercícios, jogos online do portal OBMEP e também materiais manipulativos produzidos pelos alunos do segundo semestre do curso de Licenciatura em Matemática. Novamente, vemos aqui a prática docente dos alunos de matemática sendo aperfeiçoada em um ambiente escolar. A importância dessa experiência pode ser observada na fala de uma das nossas alunas da licenciatura:

“É muito bonito de ver crianças empolgadas em aprender matemática, lembra eu quando criança. Saber que o projeto é uma porta a mais, em ajudar eles a entenderem e tirar todas as dúvidas, firma ainda mais a decisão que tomei em me tornar professora. Espero que o projeto continue e avance ainda mais, pois mesmo sendo um projeto que ainda é pequeno, possui grande relevância na educação.” (Rafaela Dos Santos Leite).

Fotos: Alunos do Curso de Licenciatura em Matemática preparando atividades para o Clube Olímpico no JP.

Fotos: Desenvolvimento das atividades com alunos da Escola Jardim das Palmeiras no Clube Olímpico da Matemática.

Fotos: Desenvolvimento das atividades com alunos da Escola Jardim das Palmeiras no Clube Olímpico da Matemática.

Para finalizar, é importante que o aluno utilize os procedimentos e conceitos matemáticos para interpretar, construir modelos e resolver problemas em diversos contextos, averiguando sua solução e construindo uma argumentação coerente. Diante disso, é imprescindível que o professor forneça as ferramentas e as oportunidades para que o aluno obtenha uma coletânea de problemas resolvidos e resultados que possam servir como inspiração para boas ideias. Ou seja, oportunidades para imitar e praticar. “O professor que realmente deseja ajudar o aluno deve, antes de tudo, estimular a sua curiosidade, incutir-lhe certo desejo de resolver o problema” (POLYA, 2006, p. 131). Resolver um problema não é algo puramente intelectual. Durante o processo de resolução de um problema precisamos ser persistentes e experimentamos muitas vezes a esperança, o fracasso e o sucesso (POLYA, 2006). É, portanto, também um processo que desenvolve a inteligência emocional, tão importante em nossos dias.

Diante dos relatos e nossas observações, concluímos que avançamos com os nossos alunos e com os alunos da Escola Municipal Jardim das Palmeiras para um despertar para o estudo da Matemática. Que o próximo ano seja tão rico quanto este e que as parcerias sejam fortalecidas!

Texto por Prof. Dra. Priscila Friedemann Cardoso

 


Referências:

GARBI, Gilberto Geraldo. A rainha das ciências. Editora Livraria da Física, 2006.

OBMEP. Portal da OBMEP. Disponível em <https://www.obmep.org.br>. Acesso em 01/03/2023. 

POLYA, George. A arte de resolver problemas. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. 

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