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Atualizada: IFMT lança edital Teresa de Benguela para mulheres, voltado à promoção de cidadania e geração de renda às participantes

Publicado por: Reitoria / 26 de Junho de 2017 às 13:00

O Instituto Federal de Mato Grosso, através da Pró-Reitoria de Extensão lançou o edital Teresa de Bengela, edital nº 63/2017 – IFMT/PROEX, que visa selecionar dez projetos de cursos de qualificação para mulheres, voltados à promoção de cidadania e geração de renda às participantes. O lançamento do edital ocorreu nessa segunda-feira, dia 26 de junho, durante a confraternização interna de comemoração do aniversário do reitor, professor Willian de Paula, que tem grande atuação e comprometimento com as causas sociais. 

O Reitor do IFMT, professor Willian de Paula, em sua fala destacou que o edital tem como objetivo auxiliar as mulheres, incluindo as transexuais, em risco ou vulnerabilidade social, e que em sua gestão ele ressaltou que irá olhar os excluídos.  

De acordo com o Pró-Reitor de Extensão, Marcus Vinicius Taques, é uma satisfação colocar em prática uma missão repassada pelo reitor que é de atender mulheres em vulnerabilidade social, principalmente por levar o Instituto Federal aos cidadãos que mais precisam.

Cada curso terá que ter uma carga horária de até 160 horas e período de vigência de 04 meses (agosto a dezembro de 2017), deverá ser coordenado por servidores do IFMT e ofertar, no mínimo, 20 vagas, salvo situações especiais.

O extensionista deverá realizar a pré-inscrição na Coordenação de Extensão do Campus, no período de 29 de junho a 27 de julho. A inscrição final deverá ser feita pelas Coordenações de Extensão dos Campi, que encaminharão as propostas à Pró-Reitoria de Extensão.

O Edital tem como objetivos específicos:

·         Fomentar a oferta de cursos de qualificação nos Campi do IFMT que contribuam para a promoção do desenvolvimento tecnológico e socioeconômico local;

·         Atender a mulheres em risco de vulnerabilidade social, aplicando o Plano de Acesso, Permanência e Êxito, descritos neste Edital, como forma de promover o desenvolvimento educacional, social e econômico dessas mulheres e suas famílias;

·         Promover inclusão socioprodutiva através da educação, atendendo a mulheres integrantes de comunidades indígenas e quilombolas; internas do sistema socioeducativo; ribeirinhas; assentadas do Programa Nacional de Reforma Agrária; em situação de dependência química, violência doméstica, psicológica ou emocional; ou incluídas na temática de diversidade de gênero;

·         Promover o envolvimento e a cooperação de servidores e estudantes em atividades de extensão, fortalecendo a integração entre os Campi do IFMT e a sociedade.

·         Oportunizar maior democratização do saber, fortalecendo a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão para atendimento a demandas sociais;

·         Contribuir para a formação profissional e cidadã dos estudantes;

·         Fomentar atividades didático-comunitárias articuladas ao ensino e à pesquisa, oportunizando a participação da comunidade acadêmica no desenvolvimento de projetos de extensão com aporte de recursos institucionais.

Cada projeto de extensão selecionado terá direito a duas bolsas mensais, sendo uma no valor de R$ 600,00 para o extensionista que coordena o projeto e uma no valor de R$ 250,00 para o discente bolsista. As bolsas serão pagas, mensalmente, por até quatro meses, no período de agosto a dezembro de 2017 ou até o término da atividade, em caso de prorrogação justificada, ressalvadas as condições de cancelamento do projeto.

Saiba mais sobre Teresa de Benguela

Nascida no século XVIII, descrita como uma mulher forte e altiva, Teresa seria oriunda da região de Benguela, Angola. Vendida como escrava foi trazida para a região das minas de Vila Bela da Santíssima Trindade, mas não tendo aceitado a escravidão, fugiu da opressão e fundou junto com seu marido o Quilombo do Quariterê, também chamado de Quilombo do Piolho ou Quilombo Grande.

Após a morte do esposo, Teresa assumiu a liderança do Quilombo, onde governou por meio de Parlamento. Segundo a documentação, havia um conselho, um Senado instituído por ela se reunia semanalmente para deliberar sobre a governança do quilombo. Ainda de acordo com a documentação o quilombo do Quariterê foi maior que já existiu na região da Fronteira Oeste do Brasil. Composto por escravos africanos fugidos e índios, seus habitantes possuíam armas de fogo, sabiam manusear arco-e-flecha e desenvolviam a tecnologia do ferro, já que  o local possuía duas tendas de ferreiro. O quilombo tinha roças de milho, feijão, carás, batatas amendoins. O plantio de algodão era usado como base na fabricação de seus próprios tecidos e suas próprias roupas.

Com um alto nível de organização, a existência o Quilombo do Quariterê era uma grande ameaça para administração colonial e fama da rainha Teresa se espalhou. Após várias tentativas de desarticulação, o quilombo foi atacado e praticamente destruído em 1770, por ordem do então Capitão General Luís Pinto de Sousa Coutinho. Teresa e seus súditos resistiram, houve um grande massacre, dentre os mortos estava José Piolho, principal conselheiro de Teresa.

Teresa foi capturada e, apesar de ferida, não se rendeu. Terminou seus dias em silêncio, recusando-se a falar com seus algozes. Após sua morte, teve a cabeça foi cortada e fincada em um poste alto para que servisse de exemplo a quem ousasse se rebelar ou fugir. Morreu o corpo, mas nasceu lenda! Graças a tradição oral, muitas histórias sobre os feitos de Teresa chegaram aos nossos dias e, cada vez mais, se reconhece o papel de Teresa como uma mulher a frente do seu tempo. A rainha Tereza é tida como ícone da resistência, da luta pela liberdade e pelos direitos humanos em Mato Grosso e no Brasil. Valorizar e reconhecer a história de Teresa de Benguela é uma forma de empoderar a cada mulher brasileira que vive hoje.

Em 2014 entrou em vigor a Lei Federal 12.987/2014, que instituiu no Brasil o dia 25 de Julho o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data foi inspirada no Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, criada em julho de 1992 como um marco internacional da luta e resistência da mulher negra no mundo.

Fonte sobre Teresa de Benguela: Autoria Profa. Ma. Manuela Arruda dos Santos Nunes da Silva, Professora do IFMT Campus Pontes e Lacerda – Fronteira Oeste

Atualizada às 27/06/2017 - às 10h13

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